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Rosa

Rosa spp

Rosas

As rosas falam uma linguagem universal, que afeta muitos dos sentidos humanos, seja através das suas cores, aromas, texturas e formas ou até dos seus sabores, pois apesar de na cozinha ocidental ela passar quase despercebida, no mundo Árabe e na Ásia é um ingrediente de destaque em diversas preparações culinárias. Totalmente associada ao romance e paixão, é também um elemento essencial da perfumaria e cosmética. Possui rico conteúdo nutricional e apresenta importantes propriedades terapêuticas. Amplamente cultivada pelo mundo inteiro é uma das flores mais comercializadas desde há muito tempo. Estima-se que ela já era cultivada há aproximadamente 3.000 a.C., na Ásia, sua região de origem, onde figurava em lugar de destaque por suas propriedades medicinais e culinárias. Portanto, o conhecimento popular das aplicações das rosas é grandemente validado pela experimentação humana há milênios. Ironicamente, ainda carecem estudos científicos para comprovação de muitas das suas benesses.

 

Foi na Pérsia, onde atualmente é o Irã, que iniciou-se o uso do óleo essencial de rosas, ainda hoje um produto muitíssimo comercializado,  a um alto valor, devido à quantidade enorme de rosas necessárias para a sua produção (LAWS, 2013). Outro produto originário do Oriente Médio, muito utilizado por lá, mas pouco difundido por aqui é a água de rosas. Aliás, lá também as rosas são muito comercializadas na forma de botões secos. Apenas as rosas de fragrância intensa são utilizadas (NORMAN, 2015).

Pertencem à família Rosaceae e ao gênero Rosa. Existem entre 150 a 200 espécies, com milhares de variedades, híbridos e cultivares. As rosas podem ser arbustivas ou trepadeiras, e existe uma diversidade imensa de formas tanto das flores, quanto da parte vegetativa. Ah, e os famosos espinhos das roseiras na verdade não são espinhos, são acúleos (PRATA, 2009).

A bem da verdade, é que a humanidade tem um enorme fascínio pelas rosas, e estas já estavam aqui no planeta Terra bem antes da chegada do  Homo sapiens. Diferentes indivíduos humanos, de diferentes épocas e culturas, se relacionaram com essas plantas por uma grande diversidade de interesses. E a Rosa spp é generosamente uma planta bioativa de múltiplos usos. Por tudo isso, elas também fazem parte do nosso convívio aqui no quintal didático do Fazendo e Vivendo, amamos e somos mais felizes por essa companhia, para a gente essa convivência é a faceta terapêutica mais potente. Sugestão: plante rosas, tenha um jardim com plantas variadas (aromático, comestível, medicinal), faça conforme seu contexto e suas possibilidades, mas sempre é possível de alguma forma.

Algumas propriedades medicinais das rosas, segundo o uso popular:

Antioxidante, anti-inflamatória, desintoxicante, febrífuga, combate gripes e resfriados, afecções da boca (aftas, estomatites), afecções da garganta, infecções oculares, tosse, cicatrizante, problemas intestinais (constipação e diarreia), calmante. 

Atenção!

Nota 1: para consumir as rosas e para seu uso terapêutico, devem ser utilizadas flores de cultivos orgânicos, não servem as compradas em floriculturas, pois são cultivadas com uma enorme carga de venenos.

Nota 2: para o uso de qualquer planta bioativa, você deve verificar se não é alérgico à planta em questão e se informar se não há alguma contraindicação do seu uso mediante a sua condição de saúde, seja por patologias, interações com medicamentos, idade, gestante, lactante, etc. Consulte seu médico ou terapeuta responsável.

Açúcar aromatizado com rosas

"Na China, as pétalas de rosa são usadas para perfumar o chá e às vezes o açúcar." (Norman, 2015)

Aromatizar o açúcar para preparações e momentos especiais é um ritual muito prazeroso, com um resultado sutil e envolvente. É possível fazer isso com outras plantas aromáticas também, como as folhas da "malva-cheirosa" (Pelargonium graveolens), por exemplo, e é muito fácil. No caso das rosas, basta intercalar camadas de pétalas e de açúcar num vidro com tampa bem vedada e aguardar por 15 dias. Se você quiser intensificar o aroma, basta realizar o processo mais alguma vezes colocando novamente o açúcar já aromatizado com uma nova carga de pétalas de rosa. Você deve escolher uma variedade de rosa bem perfumada.

Leite de coco com açúcar e pétalas de rosa

Uma sugestão de consumo é como eu fiz na foto acima: leite de coco morno com açúcar e pétalas de rosas (delícia).

Diversos doces (cremes, bolos, biscoitos, etc.) podem ser preparados com o açúcar de rosas, use a sua criatividade.

As pétalas de rosa secas também servem como condimentos para a preparação de pratos salgados. 

As pétalas de rosa frescas ficam muito bem em saladas e decorações de bolos e outros pratos em geral.

Ainda não usei água de rosas, mas estou muito curiosa para utilizar esse ingrediente, quando eu fizer uso venho contar por aqui.

Infusão de rosas

Você pode preparar uma infusão de rosas, utilizando pétalas de uma rosa numa xícara de chá, preencher com água fervente  e abafar com um pires por cinco a dez minutos, coar e beber para as finalidades medicinais acima citadas, ou apenas para seu prazer!

Para utilizar em compressas para abrandar afecções oculares, ferimentos, gargarejos, bochechos, finalizador  de banhos, para os cabelos, ou para utilizar como tônico facial, faça uma infusão mais concentrada, coloque o dobro de pétalas e dê uma macerada antes de colocar a água.

Para utilizar como tônico facial você pode deixar a infusão armazenada na geladeira em um frasco de vidro por até 5 dias.

Tintura de rosas

Para a tintura de rosas, você deve preencher um frasco com pétalas de rosas levemente maceradas, completar com álcool de cereais 70°, fechar bem, envolver em papel pardo e abrigar da luz por 21 dias. Coar e armazenar em frasco escuro (abrigo da luz).

Ter a tintura (extrato alcóolico das plantas) proporciona a utilização para os momentos em que não temos as plantas frescas. Dessa maneira você vai utilizar as gotinhas (10 a 20 gotas) diluídas em um copo de água. Assim, você poderá substituir o chá para a ingestão, bochechos e gargarejos. Além disso, é excelente para limpezas, visto que a rosa é bactericida. Atenção, não vá utilizar em regiões do corpo onde o álcool não é recomendado (compressas para os olhos, por exemplo).

Você também pode preparar um óleo com rosas (oleato de rosas) da mesma maneira que se prepara a tintura, porém substituindo o álcool por um óleo vegetal de boa qualidade e com as propriedades adequadas para a finalidade que você deseja (óleo corporal, tratamento cabelos, pomadas, etc.).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BARBIERI, Rosa L.; STUMPF, Elisabeth R. T. Origem, evolução e história das rosas cultivadas. R. bras. Agrociência, Pelotas, v.11, n. 3, p. 267-271, jul-set, 200.

FRANZEN et al. Caracterização e qualidade nutricional de pétalas de flores ornamentais. Acta Iguazu, Cascavel, v.5, n.3, p. 58-70, 2016.

LAWS, Bill. 50 plantas que mudaram o rumo da história. [tradução de Ivo Korytowski]; Rio de Janeiro: Sextante, 2013. 224p.

NORMAN, Jill. Ervas e especiarias - origens, sabores, cultivos e receitas. 2 ed. São Paulo. Publifolha, 2015.

PRATA, Gabriele Gruska Benevides. Compostos bioativos e atividade antioxidante de pétalas de rosas de corte. 2009. 111 f. Dissertação (Mestrado em Ciência e Tecnologia de Alimentos) - Universidade Federal da Paraí­ba, João Pessoa, 2009.

SILVA, Emmanuelle Ferreira Requião. Pétalas de rosa (Rosa spp): Uma fonte alternativa de nutrientes na alimentação. 2015. 72f. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Química da Universidade Federal da Bahia como requisito para a obtenção de grau de Mestre em Química Analítica. 

 

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